sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cabeça erguida

Algumas coisas eu aprendi com o tempo.
A cortesia deve sempre ser observada.
Se alguém pode te ajudar, mas recusa o diálogo
Significa que simplesmente não quer.
Respeite isso, respeite essa pessoa como indivíduo.
Afinal, muitos gostariam de fazer o mesmo.
Só não o fazem porque não tem poder ou colhões o suficiente.
Falta de educação é falta de estilo, a cortesia deve sempre ser observada.
Não grite, não se exalte. Tem que ser bravo para enfrentar outras pessoas.
Mas mais bravo ainda pra fazer calar a si mesmo.
Admita erros e peça desculpas, o que nunca erra é chato.
Tenha princípios, ainda que o saco esteja cheio de doces,
sem princípios, ele será apenas um saco cheio de doces.
Controle os impulsos, afinal sem pulsos não há mãos e portanto
não há masturbação.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Brisa

O que sabes tu sobre tormentas? gritou ele.
A ponta pés e murros o deitou no chão.
Tu sabes sobre isolamento, claro que sabe, sempre te isolas!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Futuro

Moro em uma cidade pequena
Onde vizinhos se abanam
Onde os bêbados se amam.
A frialdade das grandes me assusta.
A história de que o pensamento la é mais liberto não me apetece.
Mira a pampa e me diz: em que lugar poderíamos ser mais livres?
Em que lugar poderíamos pensar mais livres?
Sou como meus pais, vou abanar o zelador, ignorar o delator e julgar quem me julgou.
Sou refém do pouco amor, do meu próprio descaso.
Me assusta pegar a estrada, o medo do novo, tão batido e tão real.
O medo do tempo, tão confuso e desigual.
O medo do medo que atrasa, que faz mal.

domingo, 27 de novembro de 2011

Por quê? Diante do que?

E as construções continuarão bonitas, ao passo de que tu nunca será lembrado ou lembrada.
E as distancias ainda serão vencidas, mesmo que no ápice da sabedoria a sapiência e a honestidade continuarão escassas. Será sempre a contradição do muito conhecimento não ter resultado em nada. Será sempre a oscilação fria desse universo onde tudo que é humano é um engano. Será sempre a concepção psíquica e a importância será a de quantas polegadas tem o aparelho de televisão. A de quanta capacidade o que transmitirá as mentiras tem de ser idolatrado. Tudo que for livre será julgado, tudo que não for metrificado, que não se fizer sólido, líquido ou gasoso. Será desacreditado, será exposto e mostrado como exemplo de desgosto.
A questão não é a de se curvar, a questão é diante de que curvar-se, a questão é a falta de um motivo pra acreditar. Só nos resta acreditar que o que temos de consideravelmente bom, um dia foi considerado utopia. Não me refiro a falta de métrica, ou a significância disso tudo na poesia, me refiro ao pouco que nos faz sorrir, ao pouco que há muitos anos atrás não existia.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Assim que possível

E a gente tenta, mas cai.
E a gente pensa, mas cala.
E a gente sonha sem medo, sem vergonha.
Os olhos marejados não dão espaço para a manifestação da fala.
O tempo exato para a fumaça chegar aos pulmões
Fazendo das brisas os tufões
E eu grito Que sejam doces! Que sejam doces os meus dias!
Recebo então um e-mail da esperança dizendo:
Aguarde, sua solicitação de inspiração para nova poesia
será enviada assim que possível.
Desejo sono.
Sem dono ou dona, só esse emaranhado de palavras me fazem
a cabeça, para que de tanta confusão eu sorva alguma beleza.
Maldito barulho, malditos pássaros, maldito amor que não segue meus passos.
Maldita voz que clama por algo, maldita falta de foco de quem vos fala.
Maldita e minh’alma que consente, que cala.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Explanando a própria arrogância

Não tenho nada a lhe dizer, mesmo por que não sou obrigado.
Meu vocabulário não iria te agradar e meus gestos talvez fossem
demasiadamente exagerados.
Não tenho nada a lhe escrever, e não é por falta de conteúdo pois até gozo de
um ou dois conhecimentos banais e nada contundentes.
Não tenho nada a lhe explicar, o que muito me enquizila e me faz varar as noites,
te deixaria entediado, eu dançaria em meio a vaias.
Minhas sementes não germinam, talvez por pouco cuidado, talvez por muito regar.
A insistência do cigarro atrás de cigarro e do chegar ao mais próximo da loucura
para só então retornar. Trato tudo com ironia e até aceitação.
Inércia? é a arte do bunda mole meu caro. Contradições, textos, textos tudo isso pra que? A fantástica busca pela perfeição do indigesto! Oh mas que objetivo nobre! um merdinha de 17 anos querendo falar sobre crises existenciais! Pode até ser, felizmente ganho um passe safo da maioria e não vou mentir, isso alimenta meu ego!

Malditos sejam vocês e seus descendentes
que roubam meu entusiasmo e queimam minhas sementes!

domingo, 11 de setembro de 2011

Ensaio sobre autoanalise

Ultimamente a vontade é a do nada
Não quero fazer nada.
Não quero falar sobre nada.
Não quero rir de nada.
Não quero cantar nada.
Ultimamente a honestidade esta escassa.
Os crentes brindarão a graça de um Deus vazio,
alguns precisam disso, sabedoria barata de bêbados de praça.
Nem a porcaria do cigarro apaga direito.
Os defeitos se fazem presentes nas respostas dadas,
e é cagada atrás de cagada.
Felicidade idealizada ninguém consegue, eu peço um pouco de
paz e um maço cheio, quanto ao resto me viro sozinho.
Até o texto ficou uma merda
Poeta? ahh por Deus, pro inferno com poeta!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Escrever, primeiro ato


Escreva sobre tudo, da folha a esvoaçar aos teus olhos inchados ao acordar
de ressaca. Escreva liberto, os arrogantes que tentam impor algo sobre teu lirismo, geralmente são linguistas frustrados, invejosos de almas tão gélidas quanto frangos de super mercado.
Escreva feliz, triste, amargurado, chorando, gritando, calado.
Escreva bêbado, deixa que teu lirismo te afronte, bata e machuque.
Apanha calado. Escreva, só escreva...

Química da Poética

Ácido, base, ácido, básico
de certa forma me identifico com tal ciência,
pois sou ácido, ácido ao falar,
às vezes até maldoso e corrosivo
amarga referencia ao sulfúrico.
E básico, sou capaz de me fazer despercebido, passar
invisível e portanto incorrigível.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Humano


Silhuetas perfeitamente desenhadas, desfilam por ai como quem não quer nada
E o olhar, o olhar de ''Quem ligaria?'' ''Quem notaria?''
Cinturas finas e pele branca, ai as pernas, que finas e belas pernas!!
Por que alguém notaria?! Alguém demasiadamente tolo não notaria!
BIIIIIIIIIIII!
-Sai da frente!
-Queres morrer?!!!
Com um súbito estalo volto a mim e grito
-FOI MAL!
E depois, só cintura fina e pele branca, que belo par de pernas finas!
que finas pernas tão brancas e belas!

sábado, 9 de julho de 2011

Um tanto quanto perturbado


Já esperei acordado, desacreditado e danço um quanto tanto descompassado. Já engoli a seco o que diziam quando só diziam por dizer coisas que nem ao menos conseguiam me entreter. Já vivi e vi morrer. Fui por falsos escultores lapidado, sou reflexo fraco e de pouca luz do lado errado. Já arranquei inocências, travei batalhas com a coerência, morri muitas vezes, mas voltei aos afazeres como se nada tivesse acontecido, risquei o papel com tanta força, achei que tinha enlouquecido. Explorei o Desconhecido, encontrei nele um conhecido e a certeza de que infimamente pouco nos conheço. Li e reli poetas tentando compreender, compreendi quando vivi/reli e então queria esquecer. O todo é pouco orgânico embora pluricelular, já eu... Não espere de mim amor, afinal, é tão raro o meu amar. Procure em mim verdade, essa eu sei e fico feliz em dar, amor é só amor afinal, quase sempre acaba ao Deus dará. Já bebi pra vomitar, não tive forças pra gritar, zombei do teu engordar. Escrevi inúmeras linhas tentando explicar coisas que nem ao menos são de natureza explicável. Destrocei por destroçar e fiquei a gargalhar. Amarguei-me por pouco amar, mas vivi limpo e livre, livre e limpo e se quiser passar a limpo o que tu vistes, que sejas limpo, que sejam livres...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Café frio

- Esse ''quê'' de drogado e a barba descomunal
quando comparada a minha idade,
não são coisas muito... atrativas, se é que me entendes?
Claro! diz ele ainda olhando fixamente para o espelho.
--Risos--
Acende um cigarro que se faz dois.
- Isso ainda vai acabar nos matando.
- É, talvez, mas não hoje,
ele vai esperar eu ficar feliz pra poder tirar mais alguma coisa de mim.
- Somos mais de dois?
- Sim, claro meu caro amigo, somos mil, cinco mil talvez.
- E como lidar com isso?
Ele pisca e responde
- Quando souberes essa, faça-me o favor de não compartilhar.
- Seria algo terrível não ter sobre o que escrever.
- E isso vale a tristeza?
- A vale, vale até mais! Vale vidas eu diria...
Mais uma tragada e a fumaça se dissipa no ar, assim como a conversa...


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Que acabaram por esvoaçar


Ouvir um Sinatra e fumar um cigarro.
Era o que lhe restara para aquele fim de noite.
O frio se achegava trazendo saudades,
coisas pequenas e ao mesmo tempo desconfortáveis em sua grandeza.
Em uma imensidão de palavras, são poucas as que conseguem definir
parcialmente o que sente quem não sente. E quem sabe?
Os tormentos seriam frequentes, mas o inverno já se fazia presente,
e com ele uma forma diferente e mais excitante de ver as coisas.

Só restavam cinzas, que acabaram por esvoaçar...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bye Bye Black Bird


Desprovido de qualquer postura caminhava bêbado, sujo, desiludido,
enferrujado, perdido.
Desprovido de qualquer beleza caminhava entre ruelas escorraçado, desengonçado,
despercebido, desenganado.
E ele era como o pássaro negro da música e teria que alçar voo outra vez.
As circunstâncias eram sempre solitárias, o que esperar da vida?
Pode ver que a situação está crítica quando o que faz falta é a falta de conflitos,
as pessoas não te encantam, poesia e fantasia fazem isso por elas, mas ele quer mais, ele quer contato humano, ele quer sentimentos reais, ele quer ódio real, ele quer euforia real, ele quer felicidade real! e sente falta até mesmo da tão evitada, desprezada, cuspida e escarrada
tristeza real...

sábado, 26 de março de 2011

Cuspindo em pratos limpos...


Uma caixa de lixo tóxico, mental e auto-destrutivo,
fora aberta, navegando nos mares mais turbulentos e perigosos
que sua mente guardava. Corria para se livrar de vazamentos nucleares
em uma terra esquecida pelos Deuses, vivia em si mesmo pois nada no mundo
la fora lhe fora oferecido. No terceiro dia de caminhada após o naufrágio,
entre destroços e corpos de crianças mortas, algo lhe ocorreu, inimigos haviam
sido derrotados, tudo ficaria bem. Mas se ele pensava que aquilo era o fim,
a única coisa certa era que ele estava errado.

O verão se fora trazendo o frio, ele teria que encontrar onde se abrigar,
antes que a noite caísse e com ela trouxesse a escuridão total da alma...

A escória está no pedestal
sentimentos puros foram mortos,
vida longa aos que um dia o exaltam
eles tem que viver o bastante,
para d'outrora te arrancarem os olhos.

domingo, 13 de março de 2011

Turn on the tv!


Hoje eu acordei e liguei a televisão, entre pães com manteiga e leite com achocolatado,
toda minha atenção está empregada em não perder o próximo episódio de pokemon
Hoje eu acordei criança, vou sair pelo bairro e construir minha própria pipa! vou dominar
o mundo e dar ''rodões'' de bicicleta, vou subir na escada mais alta, vou tomar banho de caixa da água, vou jogar bola no campinho, vou cortar toda minha franja, a idéia me parece divertida.
Hoje eu acordei de ressaca, na casa de um amigo que me cedeu a própria cama
e dormiu no chão, parceria conquistada e rara nestes dias, assim como a cortesia encontrada la.
Hoje eu acordei mal amado, eu acordei interessado nos conflitos no oriente,
vou ligar minha TV e mergulhar em outra realidade, talvez eu até estude mais tarde, a vida na infância costumava ser bem mais divertida...


quarta-feira, 2 de março de 2011

Textos tortos a suspirar ...


E assim se foi, em um caminho neutro, tristeza e felicidade esgueiravam-se dele,
tirando-lhe toda e qualquer coisa que o fizesse sentir-se humano outra vez,
qualquer coisa que arranca-se um suspiro daquele coração solitário.
Frio a tudo ele segue, e embora sinta todo peso ao carregar,
ele evita fuçar a velha mochila de saudades, aquela que acompanhara
em textos tortos e desamparados por ai, cheia das coisas mais bonitas,
cheia de nostalgia terrena, cheia de uma vida relativamente pequena...

...Tudo lhe fora tomado, mas rever conceitos e escalar novamente a montanha cuja queda lhe deixou tão perplexo, seria uma tarefa digna de algum entusiasmo ...




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Baque seco




E então bang! com um baque seco a bala percorreu uma trajetória exata, acertando o crânio da vítima indefesa, que agora jazia imóvel no assoalho antigo da maior casa da alameda 32, ele sempre achara engraçado e até curioso a facilidade com que as vidas se esvaiam, aquele baque seco era o suficiente para que uma imensidão de células, tecidos e órgãos simplesmente parassem. Gostava também de imaginar o impacto daquela ação na vida de terceiros, como na da mãe daquela jovem loira e de belos olhos, que provavelmente dormia tranquila em um travesseiro fofo, tendo em mente que sua filha fora dormir na casa de uma amiga, quando na verdade, ela invadira uma casa cujo os donos haviam viajado, essas coisas não eram de seu feitio, assim como ter um namorado misterioso o qual ela conhecera na internet, o qual ela nunca a havia visto antes.
Agora isso não fazia diferença ele estava cansado e com fome, alguns fios de cabelo como lembrança da ótima caçada e uma parada na loja de conveniências do posto para tomar um café, Tchaikovsky era realmente inspirador!...